Texto feito por André Cézar, publicado no blog tudoquemaisgostas
em 12 de janeiro de 2009.
Quando descobri ano passado que o Rogério Curtura viajaria o país em uma Brasília um pouco fora dos padrões exigidos pelo Detran, pensei comigo mesmo que ele era um pouco louco. E, para ajudar na imagem que preconceituosamente comecei a formar, descobri que ele levaria seu filho mais velho. E só não levaria o resto da família, seu mulher Françoise Pessoa e o caçula Pablo (na época ainda um garotinho que mal começara a estudar) porque sua esposa não poderia deixar os trabalhos que tinha junto ao Centro de Multimeios. Rogerinho, apelido que ganhou por herdar o nome do pai, teve que parar os estudos para seguir viagem. Rogério-pai, diz que não o forçou a nada, ele teve a chance de escolher. Mesmo achando tudo aquilo uma aventura divertida, não deixava de ser louca. Vejo agora no espetáculo “20 Anos de Risos” o quanto essa experiência foi importante para Rogerinho na sua formação de ator. O garoto, que em trabalhos anteriores já tinha mostrado sua competência, no palco aparece agora como um ator mais completo e que promete grandes atuações.
Microbinho e Coizinha em número circense
A fila que se alongava no salão de entrada do Museu dos Autonomistas esperava ansiosa por esse espetáculo, que segue a linha circense do grupo. A Turma Do Rufino volta ao palco depois de tempos. A diferença desta apresentação, que ficará em cartaz todos os domingos de janeiro e fevereiro, às 17 horas, no Teatro Hélio Melo, está na divisão feita do espetáculo. Este se divide em duas partes: a primeira onde o Palhaço Rufino conta sua história de 20 anos, que está intimamente ligada com a história do seu próprio criador, e a segunda já com a turma completa. O mais novo integrante, é o Palhaço Piolhinho. Aquele que no início da matéria era apenas um garotinho que estava começando a estudar. Eles fazem diferentes números circenses em todas as apresentações. Ou seja, todos os domingos podem ser vista números novos.
Piolhinho, o mais novo integrante da Turma
Em certa parte do show, o Palhaço Rufino, com o pretexto de que precisa enrolar a platéia enquanto os outros arrumam o cenário, explica que não estão ali fazendo uma peça de teatro, e sim um show circense no Teatro. Então não saia de casa pensando em assistir uma peça como “O Circo da Praça”, último trabalho do grupo antes da viagem de Rogério e Rogerinho. Com um roteiro que se modifica aos olhos do publico, os palhaços do “20 Anos de Risos” conseguem mostrar a sua qualidade circense, com atores preparados e uma magia peculiar. Não só de palhaços se constrói o grupo, mas de acrobatas, malabaristas... E a lista cresce todos os domingos quando nos apresentam novidades.
Rufino contado suas histórias de 20 anos de boas aventuras
Rogério Curtura, que nunca foi contador de histórias, confessa que essa foi a maior dificuldade na estréia do trabalho. Primeiro por não entender da arte de contar histórias, e segundo, que até um dia antes da estréia não tinha o texto decorado. Mas mesmo assim, a contação se dá de forma divertida e interessante, já que além de falar do próprio Rufino, conta sobre suas parcerias com outros palhaços, inclusive com o Tenorino. A interação é quase um pilar do espetáculo, e, vale lembrar, a parte em que as criança com misto de medo e uma vontade louca de participar, se embaralham frente ao palco, com as mãos ao alto, pedindo para serem escolhidas para o próximo número.
Monociclo, o Caçula Pablo se diverte no palco
E assim, o show “20 Anos de Risos” se torna um parque de diversões para menores e um momento de relembrança para os maiores, que certamente já se divertiram muito, senão com o Rufino, com o Tenorino ou com o Carrapeta... e que ainda podem se divertir, agora com a volta da Turma do Rufino. Se eu soubesse que essa viagem traria tantas novidades, certamente teria pedido carona na Brasília “Azulera” do Rogério.
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