Cinco artistas brasileiros participam da mostra que tem vernissage na quinta-feira, 24, na Galeria de Arte Juvenal Antunes
Imagine você um artista plástico que durante um ano tem a chance de receber uma bolsa no valor de R$ 30 mil reais para se dedicar inteiramente à sua criação artística. Além disso, nesse primeiro ano você tem um crítico ou curador só para auxiliar a produção de seus trabalhos. Depois, esses trabalhos são levados para o grande público através de uma exposição itinerante por seis capitais do país. Recurso financeiro, auxilio artístico e uma grande vitrine. São essas as vantagens que cinco novos artistas ganham, de dois em dois anos, ao serem selecionados no Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas.
Para satisfação do público acreano, a exposição com os trabalhos dos artistas Armando Queiroz (PA), Eduardo Beliner (RJ), Henrique Oliveira (SP), Rosana Ricalde (RJ) e Yuri Firmeza (SP) entra em cartaz nesta quinta-feira, 24, às 19 horas, na Galeria Juvenal Antunes e permanece até o dia 25 de julho, através de um apoio firmado entre CNI/SESI, FIEAC/SESI e Governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour.
O Prêmio tem se tornado uma importante vitrine para as artes plásticas não só porque incentiva a criatividade e o desenvolvimento de novos artistas, mas também porque busca promover o acesso da população à arte contemporânea.
Segundo Jeff Keese, coordenador de produção da exposição, esse prêmio foca a saída do eixo Rio-São Paulo no circuito de exposições levando o melhor das arte contemporânea para outras regiões. "O prêmio, além de quebrar com esse eixo de centralização artística, divide com outras regiões brasileiras uma exposição de altíssimo nível que carrega artistas altamente qualificados."
O Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas premia e expõe o processo e não a obra em si. Já que com o auxílio de um crítico, o artista tem a oportunidade de trocar: mudar o rumo de uma pesquisa, e conseqüentemente, o rumo de um resultado. "Para os artistas esse acompanhamento é sem dúvida o mais importante, pois permite um processo diferente do processo solitário na qual a maioria dos artistas trabalha", conta Jeff Keese.
Para Daniel Zen, presidente da Fundação Elias Mansour, exposições como essa tornam a Galeria Juvenal Antunes um lugar de conhecimento e auto-reconhecimento. "A exposição propicia ao público, escolas e artistas locais, oportunidade de conhecer novas propostas, trabalhos, idéias e inspirações, provocando um diálogo que estimula uma reflexão que rompe, afirma e reconstrói visões, sentidos, valores e conceitos sobre a arte contemporânea brasileira".
Marcantônio Vilaça
Um dos responsáveis pelo desenvolvimento da arte contemporânea no Brasil, Marcantônio Vilaça foi também um dos maiores colecionadores das artes plásticas brasileira. A coleção, iniciada quando o artista tinha apenas 15 anos de idade, possui mais de duas mil obras e se tornou um parâmetro de qualidade no país, percorrendo museus de várias capitais brasileiras.
Marcantônio Vilaça trabalhou para lançar novos artistas no mercado brasileiro e internacional de artes. Doou diversas obras de sua coleção para museus em todo o mundo. Fortaleceu a imagem do Brasil internacionalmente, pelo empenho na divulgação da produção nacional.
O artista plástico faleceu aos 37 anos. Em sua homenagem, o Museu de Arte Moderna de Miami possui uma sala chamada Marcantônio Vilaça.
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