quarta-feira, 2 de junho de 2010

PERSONA: ALETA DREVES

Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), 45 mil brasileiros devem morrer devido ao câncer pulmonar causado pelo cigarro. E as mulheres estão mais suscetíveis a essa doença – elas serão 27 mil desse total"
Certamente essa notícia deve ter ecoado entre as paredes da coordenação do curso de jornalismo da Universidade Federal do Acre, onde se encontra a paranaense Aleta Dreves que desde janeiro deste ano parou de dedicar grande parte dos seus dias ao Malboro Vermelho. Aleta Tereza Dreves é professora e coordenadora do curso de Jornalismo, gosta de calor e se declara uma pessoa decidida. “Sou de traçar coisas”. Durante sua formação na Faculdade de Pato Branco, sempre se interessou por projetos de educação. “Sempre quis dar aula” diz, e essa dedicação a levou à Argentina para defender um artigo sobre docência. Sabia desde então que ia seguir a pesquisa e a educação. Terminada a faculdade e precisando de emprego, conseguiu junto com amigos levantar um site intitulado boanoiteseca.com, onde eram divulgadas fotos das mais diferentes baladas da região Sul. Em seis meses já recebia 200 mil visitas. Porém, Aleta percebeu que sua vida não estava no rumo que sempre sonhara: o de dividir conhecimento através da sala de aula. Foi então que o Acre entrou em sua vida. Do estado pouco sabia, mas foi através de um amigo que soube da vaga de professor na Universidade Federal. Decidida como é, não perdeu tempo e veio para o Acre de “mala e cuia” como costumam dizer na terra que deixara pra trás. A família? Sua mãe (apenas) não gostava nada da idéia, então Aleta fez o que os filhos geralmente fazem quando sentem que a super proteção dos pais às vezes atrapalha, e mentiu: “Disse para minha mãe que ia vir com o emprego certo.” Uma mentira grande, primeiro por que ela ainda ia fazer o concurso e, segundo, porque a seleção não acontecia de jeito nenhum. Prestou o tal concurso três vezes e por três vezes a prova foi cancelada.
Boêmia declarada, a professora encontrou em Rio Branco a religião que acalmou seu estilo de vida: A Barquinha, que mistura a crenças Cristãs com Umbanda e a bebida Ayahuasca (ou Santo Daime), uma mistura de cipó e folhas nativas da Floresta Amazônica que, segundo a doutrina, conecta o homem com o divino. “Vim saber o que era o Daime por amigos, experimentei pela primeira  vez e durante dois anos não quis nem saber mas chegou um dia que resolvi acalmar minha vida e comecei a freqüentar a Barquinha. E, hoje, não me vejo em outro lugar”, conta. Aleta aguenta muita coisa na vida, principalmente como coordenadora do Curso de Comunicação da UFAC desde uma briga incessante com a reitoria por melhorias na qualidade do corpo docente e dos equipamentos, até problemas mais internos em relação ao colegiado e ao Centro Acadêmico. Coisas que só uma mulher decidida e apaixonada pela profissão aguentaria: “Não escondo o desejo de na velhice ser reconhecida como a senhora que construiu um dos melhores cursos com habilitação em Jornalismo do Brasil”. Embora esbanje uma personalidade forte e decidida, a nicotina parece ser mesmo o ponto fraco da paranaense. Informações seguras confirmam que Aleta Dreves voltou a fumar o seu inseparável Malboro Vermelho.

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