segunda-feira, 21 de junho de 2010

Prêmio Marcantônio Vilaça traz Exposição de Arte Contemporânea a Rio Branco

Cinco artistas brasileiros participam da mostra que tem vernissage na quinta-feira, 24, na Galeria de Arte Juvenal Antunes

Imagine você um artista plástico que durante um ano tem a chance de receber uma bolsa no valor de R$ 30 mil reais para se dedicar inteiramente à sua criação artística. Além disso, nesse primeiro ano você tem um crítico ou curador só para auxiliar a produção de seus trabalhos. Depois, esses trabalhos são levados para o grande público através de uma exposição itinerante por seis capitais do país. Recurso financeiro, auxilio artístico e uma grande vitrine. São essas as vantagens que cinco novos artistas ganham, de dois em dois anos, ao serem selecionados no Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas.
Para satisfação do público acreano, a exposição com os trabalhos dos artistas Armando Queiroz (PA), Eduardo Beliner (RJ), Henrique Oliveira (SP), Rosana Ricalde (RJ) e Yuri Firmeza (SP) entra em cartaz nesta quinta-feira, 24, às 19 horas, na Galeria Juvenal Antunes e permanece até o dia 25 de julho, através de um apoio firmado entre CNI/SESI, FIEAC/SESI e Governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour.

O Prêmio tem se tornado uma importante vitrine para as artes plásticas não só porque incentiva a criatividade e o desenvolvimento de novos artistas, mas também porque busca promover o acesso da população à arte contemporânea.

Segundo Jeff Keese, coordenador de produção da exposição, esse prêmio foca a saída do eixo Rio-São Paulo no circuito de exposições levando o melhor das arte contemporânea para outras regiões. "O prêmio, além de quebrar com esse eixo de centralização artística, divide com outras regiões brasileiras uma exposição de altíssimo nível que carrega artistas altamente qualificados."

O Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas premia e expõe o processo e não a obra em si. Já que com o auxílio de um crítico, o artista tem a oportunidade de trocar: mudar o rumo de uma pesquisa, e conseqüentemente, o rumo de um resultado. "Para os artistas esse acompanhamento é sem dúvida o mais importante, pois permite um processo diferente do processo solitário na qual a maioria dos artistas trabalha", conta Jeff Keese.

Para Daniel Zen, presidente da Fundação Elias Mansour, exposições como essa tornam a Galeria Juvenal Antunes um lugar de conhecimento e auto-reconhecimento. "A exposição propicia ao público, escolas e artistas locais, oportunidade de conhecer novas propostas, trabalhos, idéias e inspirações, provocando um diálogo que estimula uma reflexão que rompe, afirma e reconstrói visões, sentidos, valores e conceitos sobre a arte contemporânea brasileira".
Marcantônio Vilaça
Um dos responsáveis pelo desenvolvimento da arte contemporânea no Brasil, Marcantônio Vilaça foi também um dos maiores colecionadores das artes plásticas brasileira. A coleção, iniciada quando o artista tinha apenas 15 anos de idade, possui mais de duas mil obras e se tornou um parâmetro de qualidade no país, percorrendo museus de várias capitais brasileiras.

Marcantônio Vilaça trabalhou para lançar novos artistas no mercado brasileiro e internacional de artes. Doou diversas obras de sua coleção para museus em todo o mundo. Fortaleceu a imagem do Brasil internacionalmente, pelo empenho na divulgação da produção nacional.

O artista plástico faleceu aos 37 anos. Em sua homenagem, o Museu de Arte Moderna de Miami possui uma sala chamada Marcantônio Vilaça.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Notes



Convites para o Casório
Vai ter Casamento da Filha do Mapinguari! O Mapinguari, temida figura lendária da Amazônia, quer casar sua filha. Para isso, fez uma festa e mandou chamar os mais diferentes bichos e seres mitológicos da floresta. Quem será o felizardo? Só comparecendo ao casório, neste sábado,11, às 18 horas, no Restaurante Popular para saber. O espetáculo de rua é uma adaptação do texto do compositor e diretor musical Roberto Bürguel que o Grupo Vivarte transporta para pontos estratégicos da cidade de Rio Branco, com apoio do Banco da Amazônia, através do Edital Patrocínio Cultural 2010. 
Mais informações e a programação completa você encontra aqui.


@CARPINEJAR
Um dos primeiros escritores brasileiros a trabalhar suas obras nas redes sociais, Fabrício Carpinejar tem diversos livros publicados, é gaúcho e ganhador do Prêmio Jabuti 2009, na categoria Contos e Crônicas. Após o prêmio, lançou sua mais recente publicação o livro www.twitter.com/carpinejar - A poesia em 140 caracteres, que reúne mais de 400 tweets do autor. Capinejar é o próximo convidado do projeto Sempre Um Papo, que será realizado na Semana Pop, antecedente ao Festival Chico Pop. A conversa acontece na quinta-feira, 24, às 17 horas, na Theatro Hélio Melo. Entrada Franca.

 
Vinícius Piedade em Rio Branco
O ator Vinícius Piedade volta à Rio Branco. Dessa vez, trazendo não só o já conhecido solo A Carta de Um Pirata mas também o espetáculo O Cárcere, inédito em terras acreanas. Na sexta-feira, 11, Vinícius apresenta A Carta de Um Pirata que é uma comédia inconformada onde um pirata escreve uma carta para sua mãe em alto-mar contado o dia-a-dia na embarcação. No sábado, 12, e domingo, 13, é vez do ator dividir com o público o drama que um presidiário passa uma semana antes de uma rebelião iminente na qual será refém, com o peça O Cárcere. As apresentações acontecem sempre às 20 horas, no Teatro Plácido de Castro. Os ingressos custam R$ 20 reais inteira e R$ 10 reais meia. Mais informações  aqui.

 


sábado, 5 de junho de 2010

Grupo do Palhaço Tenorino remonta Os Saltimbancos

Espetáculo musical traduzido por Chico Buarque ganha remontagem pelo grupo teatral que o transformou em sucesso de publico na década de 90 em Rio Branco.

Apresentação da primeira montagem da peça pelo GPT na zona rural

Primeiro a preparação musical depois o estudo de texto. É assim que têm sido divididos os ensaios do Grupo do Palhaço Tenorino (GPT), que desde o mês de abril se prepara para a estréia do espetáculo musical “Os Saltimbancos”, prevista para outubro, no Teatro de Arena do Sesc. Essa é a segunda vez que o grupo monta o texto de Chico Buarque.  A primeira montagem foi em 1998 e ficou marcada pelo sucesso de público e pelos prêmios ganhados em festivais nacionais.

Escrito pelo italiano Sergio Bardotti e pelo argentino Luis Enríquez Bacalov, o espetáculo é uma adaptação do conto dos Irmãos Grimm “Os Músicos de Bremen” e narra a história do encontro de quatro animais que devido aos maus tratos fugiram de seus patrões. Juntos decidem formar um grupo musical e rumam à cidade para começar a carreira artística. No caminho um encontro inesperado muda o destino dos animais.  Traduzido e adaptado em tempos de ditadura, o texto infantil foi a maneira encontrada por Chico Buarque para passar pela censura da época uma manifestação artística que representasse a revolta pelo sistema imposto pelos militares. 

“Existe uma ligação inegável entre a repressão que acontece no texto e a que acontece hoje em dia nesse nosso mundo poder. E as crianças, que são nosso público alvo, entendem perfeitamente a relação de poder e de humilhação que acontece na peça.”, afirma o diretor Dinho Gonçalves.

Toda a história é entrecortada com músicas que na leitura do GPT ganham novos arranjos e novas melodias. Quem assina a direção musical é também Dinho Gonçalves, premiado em 1998, no Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa – PR (FENATA) e ,em 1999, no Festival Nacional de Teatro de São Jose do Rio Preto/SP pelo arranjo musical da primeira montagem do grupo.

A estréia está marcada para o mês de outubro e até lá os atores não poupam esforços para um dos maiores desafios que é o de cantar no palco.  Em cena são sete atores, dentre os quais quatro já são veteranos da montagem.  Os outros três são iniciantes em musicais. Para a atriz Bell Paixão, uma das novatas, tirando o nervosismo a maior dificuldade é conciliar a afinação com os passos de dança que são arduamente trabalhadas nessa montagem.

E por que remontar Os Saltimbacos? Marília Bonfim, atriz fundadora do grupo explica: “O texto impõe para o ator tanto o desafio da atuação quanto o da música, trabalhado no canto.  Além disso, a concepção da montagem pede mais pessoas, o que é um fortalecimento para o GPT, e ajuda a marca um novo momento."

quarta-feira, 2 de junho de 2010

PERSONA: ALETA DREVES

Segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), 45 mil brasileiros devem morrer devido ao câncer pulmonar causado pelo cigarro. E as mulheres estão mais suscetíveis a essa doença – elas serão 27 mil desse total"
Certamente essa notícia deve ter ecoado entre as paredes da coordenação do curso de jornalismo da Universidade Federal do Acre, onde se encontra a paranaense Aleta Dreves que desde janeiro deste ano parou de dedicar grande parte dos seus dias ao Malboro Vermelho. Aleta Tereza Dreves é professora e coordenadora do curso de Jornalismo, gosta de calor e se declara uma pessoa decidida. “Sou de traçar coisas”. Durante sua formação na Faculdade de Pato Branco, sempre se interessou por projetos de educação. “Sempre quis dar aula” diz, e essa dedicação a levou à Argentina para defender um artigo sobre docência. Sabia desde então que ia seguir a pesquisa e a educação. Terminada a faculdade e precisando de emprego, conseguiu junto com amigos levantar um site intitulado boanoiteseca.com, onde eram divulgadas fotos das mais diferentes baladas da região Sul. Em seis meses já recebia 200 mil visitas. Porém, Aleta percebeu que sua vida não estava no rumo que sempre sonhara: o de dividir conhecimento através da sala de aula. Foi então que o Acre entrou em sua vida. Do estado pouco sabia, mas foi através de um amigo que soube da vaga de professor na Universidade Federal. Decidida como é, não perdeu tempo e veio para o Acre de “mala e cuia” como costumam dizer na terra que deixara pra trás. A família? Sua mãe (apenas) não gostava nada da idéia, então Aleta fez o que os filhos geralmente fazem quando sentem que a super proteção dos pais às vezes atrapalha, e mentiu: “Disse para minha mãe que ia vir com o emprego certo.” Uma mentira grande, primeiro por que ela ainda ia fazer o concurso e, segundo, porque a seleção não acontecia de jeito nenhum. Prestou o tal concurso três vezes e por três vezes a prova foi cancelada.
Boêmia declarada, a professora encontrou em Rio Branco a religião que acalmou seu estilo de vida: A Barquinha, que mistura a crenças Cristãs com Umbanda e a bebida Ayahuasca (ou Santo Daime), uma mistura de cipó e folhas nativas da Floresta Amazônica que, segundo a doutrina, conecta o homem com o divino. “Vim saber o que era o Daime por amigos, experimentei pela primeira  vez e durante dois anos não quis nem saber mas chegou um dia que resolvi acalmar minha vida e comecei a freqüentar a Barquinha. E, hoje, não me vejo em outro lugar”, conta. Aleta aguenta muita coisa na vida, principalmente como coordenadora do Curso de Comunicação da UFAC desde uma briga incessante com a reitoria por melhorias na qualidade do corpo docente e dos equipamentos, até problemas mais internos em relação ao colegiado e ao Centro Acadêmico. Coisas que só uma mulher decidida e apaixonada pela profissão aguentaria: “Não escondo o desejo de na velhice ser reconhecida como a senhora que construiu um dos melhores cursos com habilitação em Jornalismo do Brasil”. Embora esbanje uma personalidade forte e decidida, a nicotina parece ser mesmo o ponto fraco da paranaense. Informações seguras confirmam que Aleta Dreves voltou a fumar o seu inseparável Malboro Vermelho.